sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Relato do quarto

Pra não ficar devendo vou escrever correndo aqui o relato do quarto. Correndo porque tenho um monte de texto da especialização pra ler.

Tive dois filhos em hospitais públicos:

Benício nasceu de uma cesárea (quero crer não que necessária), em março de 2010, no hospital universitário. Gostei. Fiquei em uma enfermaria com mais uma mulher, pouco mais velha que eu, também primeiro filho, Gabriel. Foi tranquilo. Bons médicos, muitos estudantes. banheiro podre. =/

Danilo nasceu na maternidade Cândida vargas, há um mês. Tudo tranquilo, enfermaria lotada, oito leitos, o meu era o número 1.

o relato do quarto:

O quarto possuía dois ventiladores de parede. Um bem em cima da minha cama (quebrada) ficava soltando umas poeirinhas sobre mim e desencadeou um processo alérgico brabo em mainha, minha acompanhante. O banheiro tinha um chuveiro e dois vasos, a porta não trancava.

Mas a estrutura física é o que menos importa, então vamos falar das minhas companheiras:

os leitos 7 e 8 foram desocupados e ocupados durante minha estadia. Não há muito o que dizer sobre as mulheres que ficaram lá. Quietas, mães de primeira viagem. A única menina do quarto estava ali, no leito 7. A era dos garotos chegou! ( na vez de Bê só tinha ele o tal Gabriel de meninos)

leito 6 - estava ocupado pela mãe de um prematuro há um bom tempo. Prematuro fica internado um tempão, e a mãe lá junto, 14 anos. Gente, sem mentira, toda vez que eu olhava essa menina tava mastigando. Comia toda hora.

leito 5 - a mãe tinha 16 anos apenas. O filho passou um dia inteiro dormindo, sem mamar e ela n avisou a ninguém "disseram que era normal" hein????

leito 4-  Não lembro (você lembra, mãe)

leito 3 -  Essa eu mal vi. Ficava deitada de costas balançando o pé no ritmo da música. Falo já da música.

leito 2- a funkeira! Basicamente a ideia do relato do quarto surgiu por causa dela. Minha inspiração. Garantindo a diversão no baile..ops! do quarto, colocava funk dia e noite. Sério!  Era seis da manhã, onze da noite. Eu não sabia se ria ou chorava. Só faltava levantar e rebolar! Quase pega uma briga com a pediatra que veio querer dar lição de moral, pois ela já ia no terceiro filho, e tinha (n lembro ao certo) 26 anos, por ai.

Outro "fato" interessante nas enfermarias são as avós! A maioria das acompanhantes são a mãe da mãe, como a minha que estava lá.

De todos os tipos, cores, sabores e humores, alegram o ambiente, querendo ou não. Tinha uma, mais velha, que dormia toda tortinha, numa cadeira de plástico (eu sei, absurdo) , boca aberta. Ficava impressionada me olhando, sem acreditar que eu havia saído de dentro da minha mãe, tão jovem e que já estava no meu segundo bebê.

A mãe da que deixou o filho passando fome era a mais jovem, mais que mainha. Mal humorada e atrevida quase tem um treco quando me deram alta antes de dar a sua filha. quase fez barraco e não deu em nada, pq seu neto estava com icterícia alta e teve que ficar na foto. Não quero o mal de nenhum bebê, mas achei bem feito pra els ter que ficar mais, não vou mentir! (ixi como tô má)

A mãe da comilona dormia que era uma beleza. aliás as duas dormiam. O bebê chorava a noite, como ninguém atendia voltava dormir, tadinho!

por fim (pensou que ia escapar?) minha mãe!

minha mãe teve uma crise alergica desde os primeiros minutos no quarto, por causa de um ventilador cheio de poeira. Passou a noite raptando Danilo, levando-o para lugares onde eu não podia vê-los. minha "Nazaré" (lembra da novela Senhora do destino). Quando não estava com ele, deitava numa poltrona preta destinada aos acompanhantes. Passou a madrugada se remexendo nela, que barulho chato!!! hahaha

Era, sem dúvida a mais bela das avós! E queria cuidar dos neto das outras ("mãe fica quieta que as enfermeiras vão te dar uma bronca" "e eu vou deixar o menino chorando?")

Observava tudo e nos comunicávamos pelo olhar e segurei o riso muitas vezes!

"mãe, quando eu levantar vê se eu tô andando assim como as outras"
"já vi, tá não"

"mãe, essa menina..."
 "passa o dia comendo"

kkkkkkkkkkkkkkkk

essa mulher tem poderes, ficava lendo meus pensamentos!
cuidou da gente muito bem e fez da enfermaria um jardim!


Ficar em enfermaria é isso. Conhecer pessoas, histórias. Rir um pouco e se indignar tb.
Mas da próxima vez quero ficar em casa mesmo, com meu maridinho e meu banheiro.


Laís Dias

terça-feira, 27 de agosto de 2013

o amor que cabe em um mês

O que um ser tão pequeno pode fazer em um mês?

Danilo chegou chegando, de parto normal, menos natural do que eu esperava, mas já foi grande coisa, visto que pari em um hospital público com plantonista e tinha uma cesárea anterior.

Nasceu exatamente quando tinha que nascer, com 40 semanas completas em meio a muita ansiedade por parte de todos a minha volta, e um pouco minha.

Hoje, 27 de agosto de 2013 completa um mês de vida. Como bem disse mainha, um mês que o coração dilatou pra caber tanto amor, muito mais que 10 centímetros!

Nesses 31 dias tanta coisa aconteceu. Embora pareça que faz menos tempo que ele está aqui, não dá pra imaginar como seria sem ele. Mal consigo lembrar da vida a três aqui de casa. Verdade que do pouco que lembro sinto saudade, pois querendo ou não é uma fase de adaptação, pra mim, pro papai, pro irmão e pra ele também!

Um bebê faz um rebuliço grande na vida da gente. Pra começar se perde o sono, aliás se acha, mas não se consegue matar! o máximo que temos dormido são duas -três  horas seguidas. São mamadas e mamadas, fraldas trocadas, saídas canceladas!

Confinada em casa, embora me atreva a sair de vez em quando, fico meio perdida, com saudade do mundo lá fora, de bater um papo (graças a Deus pela internet)!

Está sendo bem difícil ter dois filhos, mais do que imaginei, mas sinceramente, não me arrependo!

Danilo não é só esse rostinho lindo (muito lindo por sinal), Danilo é assim:

dorme a prestação, a menos que esteja no sling (bem bestinha)

cada vez que acorda quer dar uma mamadinha, mesmo tendo mamado poucos minutos antes

chora alto e forte, chegando a ficar roxo as vezes, aí só se acalma com um colinho!

está começando a ficar no bebê conforto quando acordado, por poucos minutinhos

acorda três vezes na madrugada, pelo menos, sendo a acordada das três a mais crítica.

prefere meus braços ao dos outros, mas nem sempre

é gordo

veste tamanho p e algumas peças maiores

mija em todas as direções

faz cocô a prestação

é meio careca, meio cabeludo

parece com bê, mas parece comigo, mas parece com o papai


Eu amo quando...


ele se acalma assim que eu  o pego

ele dorme depois do almoço

fico observando seu olhinhos pesarem até ele adormecer

ele se acalma com o papai de madrugada, me deixando dormir um pouco mais

fica quietinho no banho

dá sorrisinho

arrota


Quantas coisas podem acontecer em um mês quando se tem um recém-nascido, quantos sentimentos nos invadem e nos confundem. Quanto amor manda embora toda essa confusão. "o verdadeiro amor lança fora todo o medo!" (verdade bíblica)

Filhinho, te amo muito. Parabéns pelo seu primeiro mês de vida e obrigada por se deixar usar como canal de conexão com Deus!

Laís Dias

sábado, 24 de agosto de 2013

maternidade e suas mudanças encantadas

A maternidade é uma grande surpresa e traz muitas mudanças à vida da mãe ( e muitas vezes do pai).

Muda nosso corpo, pelo menos por um bom tempo, nosso pensamento sobre certas coisas, nosso coração e jeito de amar! Muda o estilo de vida e o sentido da vida!

Ex saradas não resistem aos desejos e se entopem de doces e frituras.

Preguiçosas decidem viver limpando a casa e corajosas criam preguiça de limpar.

estudiosas deixam os trabalhos da faculdade pro último dia e até perdem disciplinas.

baladeiras decidem ficar em casa lambendo a cria.

vaidosas não conseguem sequer pentear o cabelo ou depilar as pernas (qualquer semelhança comigo é mera coincidência)!

E numa das tentativas de pentear meus cabelos três horas depois de haver tomado banho pensei em Rapunzel. Essa mesmo, a princesa. Com suas longas e belas tranças!!! O quanto deve haver mudado sua vida após ter um filho ou mais? Postei no facebook e repito "aposto que Rapunzel pelou o cabelo quando teve um filho". aposto mesmo. o meu tá quase na bunda, ainda não dá pra jogar aqui do terceiro andar pro meu barbudo encantado subir e eu já estou pirando de vontade de cortar mais da metade. Juro que passo meia hora penteando! aff...

Daí lembrei de Cinderela e seu sapato perdido. O que mais ela perdeu após nascer seu filho? Eu por aqui já perdi umas três vezes a certidão de nascimento, aliás, não perdi guardei tão bem que não achava mais! Quanto a princesa deve ter trocado os sapatos por meias de bebê! Se as de adulto já fogem para o "mundo perdido das meias", imagina as de recém nascido que nunca cabem nas canelinhas e vivem caindo pela casa, carro, rua, shoppings, bailes e castelos encantados!

Bela adormecida não preciso nem dizer que perdeu o sono , sabemos que toda mãe acorda com o chorinho mais leve do seu filho.

Branca de Neve, deixou o trauma da maçã envenenada, assim que o filho começou a comer alimentos sólidos, certeza, o afilhado dos sete anões deve ter comido muita maçã raspadinha.

Há muitas outras princesas encantadas e há mulheres reais por aí, sendo mudadas pela maternidade! Mas preciso correr pra tentar limpar a casa que o pequeno príncipe acorda já.

Viva as mudanças que nos fazem mais humanas, mais amáveis. Tanto as mais superficiais quanto as profundas! Elas virão sempre, e nós vamos nos adaptar. Mesmo que demore um pouco e que bata um certo desespero. Passa.

O segundo filho veio por aqui pra bagunçar a bagunça que estava em ordem, mudando minha vida, a de Thiago e a do irmão. Mas a gente vai levando.  Choro num dia, sorrio no segundo próximo. Brinco de pega (Dan e eu somos o pega) com Bê e damos muitas voltas pela casa, muitas gargalhadas e topadas em brinquedos espalhados no chão!

Laís Dias



domingo, 18 de agosto de 2013

O mundo das supermamães

Mãe é bicho besta mesmo! Besta e estranho!

Mães conversam sobre mamadas, gofadas e cocô:

"o meu faz um vez no dia"

"o do meu tá amarelo"

"o ideal é pastoso"

Mães se importam com o "jato do xixi". Tá forte, tá molhando tudo... tá maravilhoso!

Mães dão valor a cada coisa e se sentem orgulhosas com cada besteira...

Se orgulham de si mesmas, se acham, se sentem supermamães!!!

Quando benício nasceu tive problemas pra fazê-lo arrotar, pois ele acordava sempre que era colocado na posição "em pé", o que ocasionou um certo estresse entre nós! Eu, me sentindo incapaz, a pior das mães, desisti! Isso mesmo, é horrível eu sei, mas confesso: não colocava benício pra arrotar após as mamadas! Graças a Deus sobrevivemos. Eu deixei "isso" pra lá e ele nunca teve cólicas ou gases mortais!

Agora, mais uma confissão, mas essa faço de peito cheio: Danilo é um mega arrotador! Superei o trauma e consigo, naturalmente, fazê-lo arrotar. Quando percebi isso me senti uma supermãe!

Ah, que alegria, cada vez que o ponho em pé e ele arrota! lava minha alma!

Sei que cada mãe tem seus super poderes e depois de constatar o meu grande super poder adormecido de fazer menino arrotar, decidi listar mais alguns motivos que fazem com que eu me encha de orgulho:


1. Quando ele pede desculpas espontaneamente:

coisa que as vezes não acontece nem implorando, ameaçando, quando acontece assim, sem ninguém pedir dá uma sensação de dever cumprido, de boa educação, sucesso!

2. Quando faço um brinquedo com sucata e ele se diverte o dia inteiro, fazendo e depois brincando:

não sou radical, não proíbo Benício de ver tv, mas é real o problema do consumismo! Pior do que programas que subestimam a inteligência das crianças é a publicidade voltada pra elas! Quando Bê está assistindo fica pedindo a cada comercial "mamãe, eu quero um desse", "compra pra mim" e não é fácil explicar pra um menino de três anos que não podemos ter tudo nessa vida e que muitos daqueles objetos sequer são tão legais assim quanto parecem! Por isso, sempre que tenho uma ideia de "fazer", faço e é diversão garantida!

3.Quando passamos o dia sem ver tv:

Acabei de falar que não sou radical quanto a ver televisão. Acho até alguns desenhos legais,educativos, mas sei que brincando é que realmente a criança aprende e descobre o mundo, por isso quando passamos um dia inteiro sem televisão, me acho a melhor mãe do mundo!

4.Quando cozinho alguma coisa (raridade), ele come tudo e diz: "humm....que gostoso":

Não cozinho diariamente, então quando faço algo (geralmente olhando a receita na internet) e Benício come tudo e elogia, me acho uma chef! =)

5.Quando corto as unhas deles antes da minha mãe:

quando professora de criança eu morria de criticar as mães que deixavam os filhos parecendo Zé do caixão; Aí Benício foi crescendo e eu fui esquecendo frequentemente de cortar suas unhas! Mainha, uma vó muito dedicada, sempre lembra (que bom), mas me sinto bem satisfeita quando corto antes dela!

6. Quando encontro os brinquedos perdidos

DE-TES-TO perder brinquedos  (e outros objetos tb) ! Gosto das coisas arrumadinhas ( não que seja tudo tão arrumado por aqui), mas os brinquedos precisam ser guardados cada um no seu lugar e ensino isso a Bê! Então quando some algo eu piro e quando encontro eu vibro, esfrego na cara do marido e faço festa com o mais interessado, o dono do brinquedo perdido!

7. Quando os dois estão na cama as oito da noite:

Embora não dependa muito de mim por enquanto, já que Dan só tem 20 dias, é uma satisfação sem tamanho quando os dois estão dormindo as oito! Primeiro porque é saudável e segundo porque posso ter um tempo pra minhas coisas e pro marido. Além de um silêncio e ordem revigorantes na casa!

8. Quando escrevo um post com a máscara do batman na cara:

Quando comecei a escrever esse texto eu estava exatamente assim, mascarada. Para a alegria de Benício, o homem aranha!

9. Quando paro de escrever pra brincar:

Também aconteceu quando comecei esse post. Mamãe batman teve que sair correndo pra salvar o mundo! me sinto bem quando passo por cima da preguiça e das minhas vontades pra passar um tempo com os meninos! Sei como é importante pra nós!

10. Quando reconheço meu erro e encontro uma alternativa melhor:

Acontece principalmente em relação a disciplina. As vezes perco a paciência e faço ou falo o que não devo. Já chorei por isso e tenho lido muito pra aprender a educar com criatividade, respeito e amor! Estamos aprendendo, embora não seja fácil estou disposta a buscar os benefícios de uma disciplina positiva que ensine autonomia e respeito aos meus filhos!

taí, dez motivos que fazem com que eu me sinta uma supermãe, E você, quais seus super poderes?


Laís Dias

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Parabéns pra mim, não mais...

Gerar um bebê é algo incrível, isso não é novidade! E hoje, dia da gestante, todas as mães estão de parabéns!

Parabéns por suportar cada incômodo e se alegrar com todos eles! É meio contraditório, pois quando finalmente eles acabam, sentimos saudades!

Quando Benício nasceu em 25 de março de 2010, passei três dias com a sensação de que minha barriga iria mexer a qualquer momento. Claro que isso não aconteceu e finalmente a dinâmica de cuidar de um bebê pela primeira vez me fez esquecer aquilo.

Dessa vez, desde que Danilo nasceu, dia 27 de julho, sinto uma saudade louca de estar grávida!

Das massagens nos pés, banhos quentes demorados e lambuzados de óleos, de cuidar da casa, de brincar com Bê!

Mas não só disso. Saudade do meu corpo redondo, de carregar tanto amor no peito e na barriga! De ser tudo o que meu filho precisava.

Saudade que enche a mente de pensamentos estranhos e dúvidas que se misturam a felicidade de olhar esse rostinho já redondo grudado no meu peito!

Nem tudo são flores! Há mamadas, noites e dias sem dormir, fraldas e mais fraldas, estresse dentro de casa e ,de vez em quando, ciúmes do irmão! Há de se buscar muito equilíbrio e paz, muita, muita criatividade e palavras certas, quando não silêncio!

Quando tudo vai se ajustar eu não sei, mas vai. E todo esse desarranjo vai também fazer falta, uma falta aliviada.

Parabéns gravidinhas! Curtam tudo e quando chegar a vez de vocês, curtam a saudade também!


Laís Dias

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

como apressar menino

Existem métodos naturais que podem acelerar o trabalho de parto, quando você, grávida, já está quebrada da coluna, de saco cheio das perguntas dos outros sobre a chegada do bebê e ansiosa pra ter seu filhote mamando no seu peito!

Além desses motivos, há uns oito, nove dias, estava eu louca, louquinha pra entrar em trabalho de parto e experimentar algo tão sonhado e planejado por mim, o parto normal!!!

Comecei a testar cada dica que me davam, tudo que lia por ai, que achava seguro e tinha possibilidade eu tentava. Parecia não adiantar nada e sinceramente, acho que o que mais funcionou foi estar em paz!

O que tentei:

1. exercícios na bola de pilates:

Ajudam na descida e encaixe do bebê. Os exercícios consistiam em quicar sentada em cima da bola e também "rebolar" sobre ela! Até tentei seduzir o marido através desses movimentos, mas tudo que consegui arrancar dele foram umas risadas e um "goidinha" ! Adorei me exercitar na bola, era super confortável também receber massagens sentada nela!

2. Chá de canela:

Tomei muito chá de canela, assim que comecei a sentir alguma coisinha! Fazia o chá usando dois sachês e bebia a força, Apesar de amar chá, o que tinha aqui era com maçã e eu não gostei, mas encarava como remédio e descia uma bela dose com sorriso no rosto!

3. Exercícios físicos variados:

Não caminhei como planejara, por causa dos horários desajustados desse semestre. Quando eu não estava trabalhando estava sozinha com Benício e não podia sair pra caminhar na praia, porque é perto, mas pra ele é longe. Como não tinha dinheiro pra fazer musculação, hidroginástica, ioga ou qualquer coisa paga fiz faxina! hahahah...sério, tenho certeza que funcionou! Nas últimas semanas agachava pra apanhar cada brinquedo espalhado, um por um. Também trabalhei até a semana 36. Sou professora do ensino médio e além de pegar o ônibus e subir a ladeira do mercado central de joão pessoa quatro dias das na semana, dava aula em pé, pra lá e pra cá, sentando, é claro, quando necessário, respeitando o ritmo do meu corpo!

4. O três hots:

  a) banho quente:  relaxa os músculos e ajuda na circulação sanguínea. Quem leu outras postagens sabe que a instalação do chuveiro elétrico foi motivo de brigas aqui em casa. Amo banho quente, tipo pegando fogo, e depois que o chuveiro foi instalado tomei uns mil por dia!

  b) Pimenta: compramos um molho de pimenta fraco e eu comi na última semana feito uma doida. A comida ficava ruim pra caramba,mas eu queria era acabar logo com tudo e ver meu filho nascer, então....

  c) Sexo: O orgasmo, provoca contrações uterinas e libera ocitocina, hormônio responsável pela descida do bebê durante o trabalho de parto. Até ensaiei, mas no finalzinho só conseguia admirar as mulheres que dizem por ai que  tinham feito sexo até o último dia. A última tentativa aqui em casa deve ter acontecido por volta do oitavo mês, mas foi aquela coisa tragicômica e o único orgasmo que rolou foi de crise de riso! =)


Eis minhas dicas para "apressar menino" Caso você esteja longe do fim da gestação não se preocupe pois não são capazes de provocar parto prematuro ou aborto. Desculpem a falta de explicações mais aprofundadas, mas estou postando aqui entre uma mamada e outra!

beijos,

Laís Dias

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

e assim, Danilo nasceu!


Hello, ocitocina, que prazer te ver, te ter!
Nessa nossa sina de fazer descer.

(Vem, Dan!)

Nessa nossa dança, abundância, pra que mais?

(Vem, Dan)

E enquanto não vinha  conversava com a cabeça em meio as minhas pernas:

- Que é isso, doutora, pra que?

- Ocitocina, pra ir mais rápido.

- Quero não, nem vem! Eu espero.

Esperamos por 40 semanas. Nem mais, nem menos. E assim, sem mais nem menos, quando muitos achavam que não nascia mais (meio cedo, não?), tudo começou! As ultrassonografias diziam que seria 23, mas minhas contas estavam certas com as de Dan, com as de Deus e bem no dia que eu completei 40 semanas, exatamente a meia noite, tudo começou.

Não sei bem quando e como, mas sentia umas cólicas fracas, dores na lombar e no cóccix! Parada não ficava! Se não dava pra caminhar ou exercitar,  trabalhava, faxinava...

A hora se aproximava, não dava mais pra negar. Me imaginava deitada, acordando em meio as dores e foi bem assim, só errei a hora, ao invés de cedinho de manhã, Danilo deu sinal as 15:30h de uma tarde de sábado. Tarde de sol!

Por falar em sol, aproveitei os últimos dias em que ele brilhava pra passear com Bê! Aquele medo de que alguma coisa nos separasse me tomava e eu chorando escondida, querendo ele sempre mais!

Não sabe o que é ansiedade quem não pariu. Não sabe o que é esperar! Todo mundo já esperou alguma coisa na vida, já ansiou muito um momento, mas esse momento é só surpresa e benção! É inexplicável, implanejável. E foi totalmente desejado.

O anseio de que chegasse logo parecia nos afastar. As perguntas das pessoas a minha volta, a preocupação (dos outros) com os mitos sobre o bebê "passar da hora" me afligiam numa escala de 0 a 10, digamos que 4. Chega um dia em que você pensa "vai demorar até o último dia possível, só pra implicar". Então busquei pessoas q inspiram e repeti pra mim mesma o que Rosário me dissera: "bebês nascem!". Eu não iria desistir, nem me apressar e dia 16 de julho me conectei com Deus e cantei pro meu filho: "estou esperando por ti, mas eu estou em paz".

E esperei. A ansiedade não passou, a agonia não foi embora do meu peito, aquele medinho de alguma coisa dar errado e a gente precisar de uma cesárea ainda estava ali, e era o único medo que eu tinha.

Busquei essa conexão entre eu, Deus, Thiago, Benício e Danilo mais que tudo nas últimas semanas e me sentia plena, mesmo em meio aos sentimentos de desespero que iam e vinham! Eu tive certeza do controle de Deus sobre tudo e de que parte desse controle  Ele entregara em minhas mãos!

26/07/2013 - me exercitei na bola de pilates, recebi massagens de Thiago, Tomei chá de canela, assistimos seriados e fomos deitar. A meia noite começou uma leve cólica. Constante, suave, algo incômodo, mas que ia me levando naquele pensamento meio incerto "será que é agora?".

Dormi mal, acordei tranquila. Levantei, comi e como a dor sumira fui limpar a casa, bem limpinha.

Almoçamos. Pimenta, muita pimenta!

Tomei um banho e a dorzinha tava lá de novo. Poucas pessoas avisadas, afinal podia ser tudo, podia ser nada.

Deitei e quando menos esperava despertei com um aviso do meu ventre: É agora! A dor vinha e sumia por completo. Benício dormia e Thiago e eu começamos a anotar a hora em que eu sentia a contração. Eu nem sabia se aquilo era uma contração, até hoje não sei dizer se minha barriga contraía de fato, mas disseram que sim. Só sei que doía e sumia, doía e sumia.

(Vem, Dan!)

5 min.

(Vem, Dan!)

5 min.

(Vem, Dan)

5 min.

Como assim tão rápido?

(Vem, Dan)

Quero dormir!

(Vem, Dan)

Vou pra bola!

(Vem, Dan)

Não conseguia fazer nada. A dor, totalmente suportável, me fazia rir,como imaginei. Fiquei eufórica. Thiago colocou vídeos de comédia, mas as crises de riso não vieram, nem o choro. Eu só ficava ali, de quatro, cabeça deitada na bola!

(Vem, Dan)

E a mala? Retiro o que eu disse sobre "dá tempo" de arrumar a mala! Foi tudo tão intenso que eu não conseguia pensar, só sentir, e não estou falando da dor, mas de algo que me tomava.

Fui encontrar com Lari, minha doula e Lia. Elas estavam num curso de doulas, quer lugar melhor pra  ir numa hora dessas?

No carro era terrível, não podia entregar meu corpo ao que desse na telha fazer. Tinha que estar lá sentada.

Que bom chegar ali e ver pessoas que me enchiam de força pra fazer o que eu estava prestes a fazer. Que bom sentir Lia ouvir o coração de meu filho com seu ouvido sobre minha barriga. Que bom abraçar Ana Amélia por um segundo e correr antes que a contração me pegasse de pé!

Em casa, com Lari, me senti segura! Alimentada pela sopinha de mainha e rodeada de amor! Filho, marido, irmã, tia, amigos. Muito amor! Cada um que estava ali, mesmo quem não esperava estar e quem eu não esperava que estivesse tornou tudo mais belo.

Não cantei como planejei, só mentalmente, mas o mais interessado na cantoria é onisciente e com certeza recebeu meu louvor:

"Ele é o Senhor, sua verdade vai sempre reinar. Terra e céus glorificam seu santo nome. Ele exaltado o Rei exaltado no céu!"

Não passei horas no banho quente, como jurava que seria, mas os minutos que passei lá com Lari ou com Thiago foram muito bons! E depois do banho decidi ir pra maternidade.

No carro não doeu tanto quanto pensei. O segredo foi concentração, até atendi o telefone em meio a uma contração.

Cheguei na maternidade, agachei na recepção, fui direto pra triagem:

"Doutor, tenho uma cesárea, quero normal".

Exame de toque, não doeu como descrevem, foi só concentrar mais uma vez...

Surpresa, nove centímetros de dilatação! Vamos estourar a bolsa e parir!!! Senti a emoção na voz da doula, da amiga e irmã:

"Acredito não amiga, viemos na hora certa"

Momento "Eva porque pecastes?" , quando a dor apertou e a sala mais fria parecia uma fornalha...
A essa altura minha cunhada Amanda já estava lá e pude ficar no pré-parto com ela e Lari por um tempo. Não conseguia mais andar, nem sentar. Não sabia quanto ia demorar e me preocupava de não saber que tinha chegado a hora! Larissa me tranquilizava e dizia que eu saberia, e de repente, depois de estourar a bolsa, eu soube: " É agora, amiga, vai nascer"!

Partimos para a sala de parto, Doula, cunhada, mãe! Que apoio, que amor! Que alegria...tá chegando a hora!

(Vem, Dan)

A cunhada viu que Danilo já estava pertinho e foi chamar a médica e eu "essa médica vem só pra me aperrear!"

Eu deitada, totalmente consciente do que estava fazendo ali! Minha partolândia é diferente do que descrevem. Sabia para o que tinha vindo e nada me tirava do foco, nada me faria perder a consciência! tinha que ser do meu jeito!

Falava entre as contrações, mesmo na hora de fazer força. recusei procedimentos médicos desnecessários (Ocitocina nada!), fiz perguntas e mandei todo mundo calar a boca: "Tô falando só pra avisar, tô com vontade de fazer cocô e sei que é normal, não precisa vocês ficarem dizendo". Não perdi nada, vi tudo, entendi tudo, senti tudo e de repente, 22:20h, a cabeça saiu!

Alívio, alegria!!! todo mundo se derretendo, vibrando! consegui! Mas essa palavra "consegui" não passou pela minha cabeça nenhuma vez aquele dia, pois na hora que começou, todo medo que eu tinha de parar numa sala de cirurgia se foi. Sério, eu nem lembrava que cesárea existia. Na primeira dor eu sabia que ia parir!

Danilo veio pros meus braços, meladinho de sangue e o beijei. Tanto amor que quando perguntei pela placenta ela já tinha saído e eu nem senti! Coloquei Danilo pra mamar e nada!

"tudo bem meu filho, não quer, não mama!"

Minhas palavras logo após parir?

"Não doeu como dizem que dói"

"quem vai descongelar a geladeira"

"tem roupa na máquina de lavar"

Tudo isso nunca vou esquecer, certeza! Foi a coisa mais intensa que já vivi! maravilhoso! Dói sim, mas passa! E, juro, já sinto saudade daquilo tudo, vontade de voltar e me entregar ainda mais!

Me senti um pouco decepcionada com os pontos que precisei levar (principalmente porque talvez pudesse ter evitado), mas quando penso em tudo, esqueço deles e olha que ainda dói um pouco!

Agradeço a todo mundo que me amou naquele dia, que me olhou com piedade na hora das contrações, que quis ver tudo, que orou!

Agradeço pelas mãos de Larissa, firmes e competentes, minha irmã! Pelas mãos de mainha que cozinharam minha sopinha de legumes deliciosa e que estavam quentinhas pra me massagear! Pelas mãos de Thiago, seu cafuné! Pelas mãos de Amanda que cortaram o cordão umbilical do sobrinho!

Obrigada, Zito, como um pai, me conduziu até o hospital! Mildinho, meu contato com minha doula linda ou doulo se preferir! kkkkkkkkk...Clara e Rammom, por cuidarem do meu Ben, meu homem aranha! Thyaguinho e Amanda pela presença e preocupação. Del e Sarinha pelo pulo que deram aqui o que me alegrou tanto. Bequinha, por emprestar a mamãe e encantar o momento com seu sorriso doce! Tia Nina com seu alvoroço me fazendo rir!

Obrigada, Jesus, meu Deus,por fazer com que fosse tão divertido, leve e maravilhoso como foi, me elevar pra mais perto de Ti e me abençoar sempre mais!

Laís Dias