quinta-feira, 25 de setembro de 2014

E a introdução alimentar?

É natural que fiquemos ansiosos para vivenciar cada etapa de desenvolvimento dos nossos filhos, entretanto, tal ansiedade pode não ser saudável, em algumas situações causando pressão para a criança ou antecipando momentos pelos quais poderíamos esperar, sem prejuízos.

Quando Benício tinha entre 4 e 5 meses começamos a introdução alimentar. A pediatra havia citado alguns sinais que mostrariam, segundo ela, que a criança estava pronta para tal. Não citarei os sinais, pois hoje, acredito ser mais adequada e segura a oferta de novos alimentos a partir do sexto mês de vida do bebê (quando a maioria apresenta os mesmos), bem como o aleitamento materno exclusivo até essa idade. Começamos oferecendo maçã cozinhada, para evitar possíveis alergias, como pulei a consulta do quinto mês, foi a única coisa que ele experimentou precocemente (que sorte!)

fechados os seis meses, passei a dar de tudo, amassado no garfo (mesmo ele não tendo dentes ainda), cozinhado separadamente até aproximadamente 1 ano. Desde o primeiro dia ele aceitou bem todos os alimentos, salgados e frutas e sempre batia um pratão. 

Saldo da introdução alimentar de Bê: aleitamento materno quase, quase exclusivo até o sexto mês, introdução de diversos alimento ao mesmo tempo (NÃO FAÇAM ISSO), amassados.

Antes do nascimento de Danilo eu já havia optado pela amamentação exclusiva, em livre demanda (sempre que o bebê quiser) até seis meses. Participando de grupos no facebook sobre introdução alimentar, comecei a ler sobre BLW e as leituras me convenceram que era uma boa opção. Como eu voltaria a trabalhar pouco depois de iniciada a oferta de alimentos, não tive coragem de bancar a exclusividade do método, Pela tranquilidade, segurança e conforto de todos (mãe, bebê e babá), decidi mesclar as velhas papinhas amassadas no garfo com a oferta de pedaços de alimentos que ele pudesse segurar e comer, ou não, livremente. 

A sigla BLW significa Baby Led Weaning, passando para o português poderíamos chamar de "desmame guiado pelo bebê", embora saibamos que o leite materno continua sendo o principal alimento até 1 ano e que a amamentação deve prosseguir até 2 anos OU MAIS! 

O método consiste em deixar o interesse do bebê ser a motivação, o guia para que ele comece a se alimentar com outros alimentos fora o leite materno, ou fórmula para os que não mamam mais, Os alimentos devem ser ofertados em tiras do tamanho de um dedo ou pedaços que ele possa segurar, deixados a frente do bebê, para que com a própria mão ele os leve a boca. frutas macias e legumes cozinhados no vapor parecem ser os mais apropriados para os que querem iniciar o BLW.

As principais preocupações dos pais e cuidadores giram em torno de duas perguntas: 1. Ele/ela não vai engasgar? 2.Como saber se ele/ela está comendo o suficiente?

1. Quanto ao engasgo, temos que saber diferencia-l do chamado "gag reflex" que é um movimento involuntário que o bebê faz para colocar pedaços os quais não consegue engolir para fora. Embora pareça que o bebê vai vomitar, o gag reflex é o seu corpo agindo para o proteger do verdadeiro engasgo. É muito comum no início da introdução alimentar e caso aconteça devemos nos manter atentos e esperar que o pedaço de comida saia naturalmente. Devemos nos preocupar apensa se percebermos que a criança tem dificuldade para respirar, nesse caso precisaremos de uma manobra para desengasgá-la, mas isso não deve ser uma preocupação apenas de quem opta pelo BLW. Supervisionar os bebês enquanto comem é imprescindível independente da apresentação dos alimentos.

2. Não há como ter certeza de quanto o bebê está ingerindo e muitas vezes a impressão é de que não comeram nada, Temos que confiar nos nossos filhos. Eles comerão exatamente o quanto precisarem, o que é um dos pontos positivos do BLW. Quando insistimos para que as crianças comam "só mais uma colherada" podemos estar acabando com a sensação de saciedade deles e os fazendo criar um hábito muito comum: comer mais do que precisamos, o que aumenta as chances de obesidade.

Apesar de prático, quanto a preparação dos alimentos, o BLW, dá um pouco mais de trabalho na hora de limpar. A bagunça final é grande, mas o desenvolvimento motor e a relação que ele proporciona entre o bebê e o alimento fazem valer a pena!

É interessante ressaltar que, a princípio, o método foi desenvolvido para crianças que mamaram exclusivamente no peito até o sexto mês de vida. Tais crianças, possivelmente, teriam um desenvolvimento motor diferenciado e estariam,  mais maduras para lidar com diferentes texturas. Elas inclusive vivenciaram um maior treinamento contra engasgos , visto que o bico do peito tem cerca de oito furos por onde pode sair descoordenadamente o leite. Além disso a musculatura da face estaria melhor desenvolvida, por conta do treinamento feito através da sucção do seio materno, que exige um movimento diferenciado da sucção dos bicos artificiais. Apesar disso, há relatos de sucesso no uso do BLW por bebês alimentados com fórmula infantil!

Cada família tem suas particularidades, cada bebê suas individualidades, cabe aos pais conectarem-se com eles, pesarem as orientações do pediatra, sempre procurando se informar das mais recentes pesquisas e evidências científicas e decidir, conscientemente, qual a opção mais saudável para si.

ATENÇÃO: Não sou pediatra, nem nutricionista, muito menos especialista em introdução alimentar, apenas uma mãe que ama muito ser mãe e pesquisa bastante antes de decidir como proceder com seus filhos! Se você se interessou pelo BLW  e pretende tentar, leia mais e converse com o médico do seu filho! Sugiro que entre no grupo "falando de introdução alimentar", no facebook e que siga @babynutri, no instagram!

boa sorte! =)



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