sexta-feira, 11 de julho de 2014

pra frente...


Você cresce e percebe que os sonhos estão sempre se reinventando. Ou porque você mudou e não deseja mais as mesmas coisas ou porque o tempo passou e não deu pra correr atrás de tantos anseios.
Grávida pela primeira vez, em 2009-2010 o que eu mais queria era ser perfeita. Achava que tinha que estar completamente pronta quando Benício chegasse aos meus braços, pra não errar em nada. Os meses passaram e obra milagrosa alguma aconteceu em mim! Eu não sabia que a escola ERA ele, que a cada decisão difícil eu estaria aprendendo, que a cada aperto no coração cresceríamos juntos, que tanto iria mudar, mas não pra poder educá-lo e sim por educá-lo!

Grávida pela segunda vez, em 2012-1014 eu pensava mais uma vez em como precisava melhorar (e ainda penso, e ainda anseio). Há  onze meses Danilo nasceu. e ter dois filhos não é igual a ter um só. Novas experiências, medos, descobertas. Desafios diários, muitos. As vezes eu paro e penso "quando o caos vai acabar?" Sim me sinto plena em tê-los comigo, agraciada com essa missão de educar seres humanos (ainda mais nesse mundo difícil), me sinto amada, mas me acho tantas vezes muito tola, medrosa e imperfeita pra algo tão grandioso como a maternidade!

Como eu ia dizendo, parece que estou em meio a um caos. Uma guerra comigo , para ser clara. Olhando de fora alguém pode pensar: "Ela tem uma bela família, saúde, trabalho, o que ela está falando?" Até eu penso e me sinto completamente feliz e realizada, mas ao mesmo tempo cansada, insegura.

Quanto aos sonhos de que falava lá em cima e não só os sonhos, mas os desejos e até as necessidades que parecem urgentes , precisam, quase sempre, ser deixados pra depois. E depois não são algumas horas, muitas vezes não são apenas dias, talvez anos, talvez vidas... possivelmente, muitos ficarão pra nunca mais e com o tempo deixarão de fazer falta.

O tempo da maternidade briga com nossos próprios quereres, nos encurralam em meios a desafios nos fazendo pensar em caminhos mais fáceis. Nessas horas eu lembro que com eles, os filhos, não terei depois, não terei segundas chances. O que vale é o aqui agora e é preciso fazer o melhor. Mesmo cansada, cheia de vontades, posso esperar. Tudo pode esperar, por que aqueles 9 meses em que achei que não mudei em nada passaram, 4 anos se passaram, mais 40 semanas se passaram, por fim, 11 meses se foram. Parece pouco, mas é tudo o que eles já viveram.

As noites em claro, febres, mordidas, "birras" passam, mas passam também o colinho, o cheirinho de bebê, o correr para os nossos braços, o ser tudo que eles precisam. Eu fico feliz que, em meio a tanta insegurança, eu tenha plena consciência disso e que, em meio a tanta imperfeição, eu possa aprender com eles e por eles a ser melhor!

Desculpem se o texto é confuso, mas são sentimentos expostos como são, como os sinto. Hoje não consigo projetar 100% quem eu gostaria de ser. Consigo gostar do que sou, mas não completamente de modo que não queira mais mudar. O que sei é que me transformo todos os dias, caminhando, nunca mais sozinha.

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